Lactose engorda?

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Sei que essa dúvida pinta na cabeça de muitas pessoas, porque a fulana amiga da prima da colega que faz academia tirou a lactose da dieta e está visivelmente mais magra. Bem, primeiramente, vamos esclarecer… A lactose é um carboidrato composto por duas moléculas: a glicose e a galactose. A lactose está presente no leite de vaca e seus derivados. Alguns alimentos são NATURALMENTE mais pobres em lactose (mussarela, brie, queijo prato, parmesão…). A intolerância à lactose se dá pela falta parcial ou total da enzima lactase, que dificulta a quebra da lactose e sua consequente absorção. Alguns sintomas da intolerância à lactose são distensão abdominal, gases, diarreia ou constipação intestinal e outros desconfortos gastrointestinais. O ganho (ou perda) de peso não tem nada a ver com a lactose. Pelo contrário. Pessoas realmente intolerantes à lactose tendem a PERDER PESO, por conta da intensa diarreia. O que acontece é que, geralmente, quando retiramos a lactose, retiramos também o leite, queijos gordurosos, alimentos industrializados e algumas proteínas do leite que são altamente alergênicas, podendo comprometer o funcionamento normal do organismo. Retirar a lactose da alimentação para emagrecer não vai resolver o seu problema e o tiro pode sair pela culatra. Procure sempre um profissional adequado para te ajudar!

Mariana Contino

Nutricionista

Como manter a dieta nas viagens?

Natal, ano novo, época de descansar e, é claro, viajar. E uma das primeiras coisas que vem a cabeça é: a dieta já era! Não. Não é exatamente assim. Preparei umas dicas preciosas pra você manter a silhueta até voltar pra casa.

Primeiro passo: ORGANIZE-SE! Se você começa o dia com uma tapioca de cottage, leve-os na mala. Organize seus alimentos em uma bolsinha térmica em potinhos ou leve a embalagem lacrada mesmo, caso você viaje de avião. Leve frutas de fácil manuseio (uva, maçã, pera, banana, ameixa), fibras como chia, linhaça e aveia, que, inclusive, não necessitam de refrigeração, barrinhas de cereais, entre outros alimentos que irão evitar que você coma qualquer besteira na rua quando a fome bater.

Se você sabe que vai almoçar ou jantar em um lugar diferente, mantenha a linha no café da manhã: prefira frutas, evite açúcar, embutidos e queijos gordurosos nesse momento. Ou vice-versa: se for aquele irresistível café da manhã de hotel, inclua frutas, vegetais e cereais integrais ao longo do dia. E mais: lembre-se de manter a garrafinha d’água sempre por perto.

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Segundo passo: MEXA-SE! Aproveite as praias, ladeiras, eventos e pontos turísticos do seu destino. Se você vai pra praia, aproveite para nadar, correr na areia ou praticar o stand up paddle, esporte que tem sido bastante popularizado no litoral brasileiro. Se vai pra serra, aproveite para subir e descer as prováveis ladeiras existentes, conhecer os pontos turísticos e se deliciar com o friozinho (que também queima caloria, viu?). Se puder frequentar uma academia então, melhor ainda!

Terceiro e fundamental passo: Relaxe! Curta sua família, amigos, seu (sua) companheiro (a), ou quem estiver ao lado, ou não! Curta a viagem, as novidades, os momentos, aproveite cada segundo. As viagens existem pra que a gente possa relaxar e não pra esquentar a cabeça com qualquer coisa!

Mariana Contino

Nutricionista

Estresse Infantil

Se fizermos uma pesquisa sobre estresse, é provável que praticamente 100% das pessoas considerem-se estressadas. Nos tempos de hoje, somos expostos a estímulos quase durante o dia inteiro. Pelo celular, por exemplo, ficamos conectados a um fluxo interminável: e-mails, mensagens, notícias, fotos, redes sociais, movimentações bancárias, compras e vendas de produtos, entre muitas outras possibilidades. Poucas horas sem olhar o celular garantem facilmente uma bagagem de informações que demandará grande esforço para ser atualizada.

A partir de tantas facilidades que nos economizam tempo – pagar uma conta pelo celular pode evitar algumas horas nas filas dos bancos – passamos a ter a cobrança de fazer algo produtivo com esse ganho. Ou seja, é preciso render durante esse tempo que agora nos sobra, com atividades que podemos efetuar mais rapidamente devido aos avanços do mundo.

Esta é uma das cenas mais comuns na vida das pessoas adultas. No entanto, é comum na vida das crianças também, apesar de muitos pais e familiares não reconhecerem esta situação. Na revista Crescer, saiu uma matéria em 28/10/2015 chamada “Estresse infantil: pais não percebem que os filhos estão estressados”, de Vanessa Lima, na qual é citado um estudo onde 432 pais foram questionados sobre seu próprio estresse e sobre o estresse do seu filho. A conclusão dos especialistas foi de que os adultos classificam sua condição como tensa (com notas de 1 a 10, um em cada cinco adultos deu nota 10 para o seu estresse, e 57% deu nota maior que 7), porém ao se tratar dos filhos, a situação foi outra: 60% dos pais deram nota abaixo de 4. Apesar disso, o estudo elucidou que 72% das crianças apresentava sinais que podem ser associado ao estresse, por exemplo, dor de cabeça, dor de barriga, choro e reclamações excessivas.

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“’A infância está mais estressante hoje do que era há algumas décadas’, diz Carmen Alcântara, psicóloga clínica de São Paulo (SP). Para ela, a sociedade tem colocado muitas expectativas de sucesso econômico, profissional e pessoal nas crianças, de forma cada vez mais precoce. ‘As agendas de cursos extracurriculares de uma criança de cinco anos, hoje, compete com as de grandes executivos. Sobra pouco tempo para brincar livremente, descansar, conectar-se a natureza’, analisa a psicóloga. Há ainda os estímulos eletrônicos e da mídia, que expõem as crianças muito cedo à violência, à competitividade, ao consumo e  à sexualização.” 

Assim como os adultos, as crianças são apresentadas a uma sequência estimulante sem fim, com agendas rígidas e cobranças severas. A exigência de ser criança vai muito além do que ir à escola e brincar. Contudo, os pais encontram-se desatentos em relação ao estresse infantil, segundo a psicóloga Carmen Alcântara, porque talvez ainda exista a crença de que a infância é uma fase da vida de poucas responsabilidades e muitas brincadeiras, e, por consequência, apenas os adultos são passíveis de sofrer com o estresse. Além disso, é esperado da criança uma verbalização sobre, por exemplo, a dor de barriga que vem sentindo constantemente, associando-a com o estresse. Porém, essa relação dificilmente é feita pela criança.

Desse modo, é preciso estar atento aos sinais psicológicos e físicos dos pequenos. É importante que os pais deixem espaço para “apenas” ser criança, além de valorizar e dar importância a todas as questões as quais os filhos atravessam. Ao reconhecer alguma modificação no comportamento da criança, é importante também procurar ajuda de um profissional especializado, a fim de melhor percorrerem o caminho para o bem-estar.

Se você tem alguma dúvida, comentário, ou sugestão, envie um e-mail para a gente: redepsinit@gmail.com.

Reportagem e imagem: http://revistacrescer.globo.com/Criancas/Comportamento/noticia/2015/09/criancas-estao-estressadas-e-muitos-pais-nao-estao-percebendo.html

Priscylla Costa

Psicóloga – Psicanalista

Alimentos saudáveis que podem estar sabotando o seu emagrecimento – Parte 1

Dietas restritivas, excesso de atividade física e até pílulas emagrecedoras…todo mundo conhece alguém que tenha se submetido a um desses sacrifícios na tentativa de reduzir o percentual de gordura, né?! O pior é que, muitas vezes, os resultados não são satisfatórios, mesmo que a pessoa esteja consumindo uma dieta considerada saudável. Mas essa alimentação, apesar de SAUDÁVEL, será que estava ADEQUADA?! São coisas bem diferentes!

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Ainda que a perda de gordura dependa de inúmeros fatores orgânicos e externos, um deles, certamente, é uma dieta ABAIXO das calorias necessárias para a manutenção do peso atual. Ou seja, mesmo que um plano alimentar seja repleto de verduras, alimentos integrais e sementes, ele pode, sim, ser prejudicial, inclusive, promovendo o GANHO DE PESO. Isso porque, muitos desses alimentos contém um número elevado de calorias  (devido a concentração do açúcar, alto teor de lipídios, etc), mas,  como são divulgados como “saudáveis”, costumam ser consumidos de forma inadequada, o que pode comprometer a perda de gordura corporal.

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As FRUTAS SECAS podem se enquadrar no exemplo citado. Como perderam boa parte de sua água, elas passam a concentrar seus açúcares naturais em um volume menor e, apesar de saciar menos que as frutas ‘in natura’, possuem, logicamente, o mesmo valor calórico que uma porção equivalente. Parece óbvio, mas nem todo mundo está atento a isso! 100g de uvas frescas (cerca de 8 uvas), por exemplo, possui algo em torno de 53 calorias, enquanto 100g de uva passa (cerca de 5 colheres de sopa) possui aproximadamente 300 calorias!

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E a TAPIOCA, pode né? Com moderação tudo é viável, mas substitua sua fonte de carboidrato por ela consciente de que 3 colheres de sopa (50g) dessa farinha equivalem, aproximadamente, ao valor calórico de 2 fatias de pão integral (25g). Vai com calma!

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CHIA, chia e mais chia! Concordo que seja um alimento excelente, mas, muita calma antes de sair adicionando essa semente em tudo! Uma colher de sopa possui, aproximadamente, 78 calorias! Então, se você adicionou essa porção no iogurte da manhã, na salada do almoço e na sopa do jantar, já vai estar consumindo 234 calorias, que, provavelmente, não foram planejadas. Consuma com moderação!

Quer conhecer mais alimentos que podem estar sabotando a sua dieta? Fique de olho nos nossos próximos posts e, o mais importante, procure sempre um NUTRICIONISTA para orientar as porções ideais de cada alimento para você!

Mariana Pessoa

Nutricionista

Cirurgia Bariátrica: o que a Psicologia tem a ver com isso?

As cirurgias bariátricas estão cada vez mais comuns, e algo que também podemos observar com frequência cada vez maior é que algumas pessoas acabam ganhando peso excessivo novamente após algum tempo da cirurgia.

Também chamada de gastroplastia , cirurgia da obesidade ou ainda, cirurgia da redução do estômago, a cirurgia bariátrica é um procedimento que altera a capacidade do estômago de receber alimentos. Mas, e depois? Como conviver com as novas exigências do corpo?

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Trata-se de uma intervenção que provoca mudanças em âmbitos diversos da vida, desde a transformação do corpo por meio da perda de peso, formação da imagem corporal, até os hábitos praticados.

Apesar de se submeterem à avaliação e atendimento psicológico no momento anterior à cirurgia, muitas pessoas só o fazem para cumprir a exigência estabelecida, não dando continuidade a esse acompanhamento. No entanto, nos cabe desconfiar se muitos desses casos em que a pessoa volta a engordar – em alguns casos até mais do que antes – não haveriam implicações subjetivas a serem consideradas e acolhidas por um acompanhamento profissional, o que nos leva a ratificar que a importância da psicologia nesse processo possa ser bem maior do que parece.

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Muitos casos de obesidade estão relacionados a compulsões alimentares, que por sua vez, são sintomas resultantes de questões e conflitos subjetivos, dificuldades emocionais.

Por estas razões, o acompanhamento psicológico se faz importantíssimo também no momento posterior à cirurgia, já que o sujeito precisa gerir a vida de outra forma.

Se “somos o que comemos”, então como ficamos quando o que comemos muda radicalmente?

Existem muitos outros pontos em questão além da diminuição da quantidade de alimentos ingeridos. O próprio processo de adesão a uma nova dieta pode ser facilitado pelo acompanhamento psicológico.

E, considerando os casos em que o indivíduo retrocede, voltando ao peso inicial ou até chegando a pesar mais, talvez fique mais clara a necessidade de uma intervenção também de outra ordem, de uma ação conjunta, que contemple a dimensão subjetiva, cuidando desse sujeito que habita o corpo para que a mudança possa operar.

Ingrid Rohem de S. Santos

Psicóloga – Psicanalista

Dietas de emergência: porque NÃO fazer

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É dieta da lua, da sopa, da proteína, da gordura, do num-sei-o-que-lá e, que, geralmente, prometem 2, 3, 5 quilos ou até mais em um período mínimo de tempo. Tão populares quanto perigosas, as dietas de emergência devem passar longe da sua rotina.

Sabe aquele ditado que diz que quando a esmola é demais o santo desconfia? Bem, no universo das dietas o que acontece não é muito diferente: desconfie de qualquer dieta que prometa uma perda de mais de quatro quilos em um mês. Isso porque, geralmente, uma perda de mais de quatro quilos em um mês resulta em perder também saúde: vão embora massa muscular, água e alguns minerais importantes para o organismo.

Quando reduzimos drasticamente a ingestão de calorias e de nutrientes, o organismo se vê numa situação de perigo e é obrigado a reduzir o gasto de energia, pois ele entende que a mesma está em falta no ambiente. E aí entra aquela velha história dos nossos ancestrais. Eles ficavam tempos sem se alimentar e, por isso, o organismo humano aprendeu a estocar energia com eficiência para que não morrêssemos de fome.

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Outra questão que entra em jogo é a seguinte: a quantidade de massa muscular dita o metabolismo basal, ou seja, quanto mais massa muscular, maior será o seu gasto energético em repouso. Numa situação de privação de energia, o organismo logo utiliza a massa muscular como fonte energética, deixando a gordura para ser queimada depois. Conclusão: ao fazer uma dieta de emergência, o corpo queima parte da massa muscular e o metabolismo fica mais lento.

Um recente estudo conduzido por Kevil Hall (HALL et al, 2015), nos Estados Unidos, demonstrou que a redução da gordura é a mais eficaz forma de perder e manter a perda de peso. Na verdade, eles demonstraram que, cortar os carboidratos da dieta, levaram à perda de peso a curto prazo. No entanto, a longo prazo, a melhor forma de perder peso é a redução da ingestão de gorduras. Isso acontece porque, ao cortar carboidratos, perde-se gordura, músculos e água e o peso total diminui. Após um tempo o metabolismo fica mais lento e a perda de peso estaciona. Ao reduzir a ingestão de gorduras, a massa muscular é preservada e a perda de peso, apesar de não ser tão rápida, permanece.

Mariana Contino

Nutricionista

HALL, Kevin et al. Calorie for calorie, Dietary Fat Restriction Results in More Body Fat Loss than Carbohydrate Restriction in People with Obesity. Cell Metabolismo, v. 22, n. 3, p. 357-358, 2015.

O menino “quebrou tudo” na escola, e agora?!

Desde a exposição deste vídeo, as opiniões sobre a cena apresentada são as mais diversas, os julgamentos já condenaram e absolveram diferentes envolvidos (sim, fazer um vídeo da cena foi, no mínimo, um tanto equivocado), mas eu ousaria dizer que a vítima dessa história é a relação envolvida e que a abordagem mais apropriada seria aquela capaz, não de julgar, mas de escutar as “partes”, buscando uma compreensão maior que possibilitasse não a culpa nem a vitimização, mas a responsabilização de cada um dos envolvidos.

O vídeo ilustra o desencontro, o impasse existente, e cada vez mais freqüente, na relação triangular entre escola – família – criança.

Vemos uma criança demandando limites através de atitudes agressivas e destrutivas, ela “pede” contenção, alguém que contenha algo que lhe transborda, algo desmedido, provavelmente a única maneira possível para ela no momento. É preciso ler o comportamento dessa criança, entendê-lo como expressão de algum sentimento, sensação, conflito ou sofrimento pelo qual esteja passando e que não seja possível para ela expressar de outra maneira, pois ainda lhe faltam recursos psíquicos para dar conta disso de outra forma.

É preciso que a família e a escola sejam parceiras para que, então, possam ser suporte e referência para a educação e formação das crianças.

O que se ganha por tentar encontrar um culpado para o ocorrido? Quem ganha com isso? Só consigo enxergar perdas, e muitas! Será que isso tudo se resolve com um processo contra o autor do vídeo? Pais e educadores, ambos possuem suas limitações, seus momentos de não saberem como agir.

Quando alguma coisa não vai bem com a criança, sejam as notas, comportamento ou mesmo quando a ação da escola é de reprovação e imposição de limites por atitudes erradas da criança, é comum vermos pais que desautorizam a escola. Em contrapartida, vemos escolas “empurrando” para os pais toda e qualquer responsabilidade com a educação dos filhos, como se não coubesse também a elas este papel. É claro que existem situações em que ambas atitudes são pertinentes, mas essas são minoria. E advinha quem perde com isso?!

O mais importante é que não se perca o foco do que realmente está em questão numa situação dessas, e não se perder em falsas soluções que não fazem mais do que velar o problema.

Ingrid Rohem de Souza Santos

Psicóloga – Psicanalista

Monotonia alimentar: por que você deve fugir dela

Respiração, batimentos cardíacos, sinapses, digestão… se fôssemos enumerar as funções que o nosso organismo precisa desempenhar com eficiência para nos manter vivos, íamos levar um bom tempo aqui. O corpo humano é de uma complexidade inigualável e é bem sabido que o principal combustível para que essa máquina funcione é, nada mais, nada menos, que o alimento.

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Porém, muito mais que glicose para gerar energia, proteína para compor os músculos e gorduras para sintetizar hormônios, precisamos de vitaminas, como a K, para que o sangue coagule, minerais como o potássio, para que ocorra a contração muscular e tantos outros compostos que participam das milhares de reações que nos permitem a vida.

No entanto, como nutricionista, freqüentemente me deparo com pacientes que, por preferências alimentares restritas, influência da mídia ou apenas pela força do hábito, se limitam a consumir os mesmos alimentos diariamente. Do pãozinho com manteiga no café da manhã ao frango com batata doce no jantar, as refeições pouco variam e, consequentemente, os nutrientes também.figura 1_b

Ainda que existam alimentos muito saudáveis, não existe um que supra a necessidade de todos os nutrientes que precisamos ingerir. Por isso, a receita é a mesma de sempre, mas não menos importante: deixe o prato colorido! Sempre que possível, varie os alimentos e passe a oferecer compostos bioativos suficientes para que o organismo trabalhe em seu melhor estado.

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Uma alimentação equilibrada e rica em nutrientes está associada a diminuição no risco de diversos tipos de câncer, menor taxa de envelhecimento, baixo risco de doenças cardiovasculares e, logicamente, melhor qualidade de vida e longevidade. Troque, ouse, mude a forma de preparar, teste novos sabores, use temperos naturais, abuse das ervas. Seja criativo e utilize todo o potencial que o seu corpo te oferece.

“Que seu remédio seja seu alimento e que seu alimento seja seu remédio.”

Hipócrates

Mariana Pessoa

Nutricionista

Sobre a obrigação de ser feliz

Na realidade de selfies e redes sociais, parecemos estar vivendo na ditadura da felicidade. Vidas espetaculares, locais paradisíacos, corpos sarados, empregos dos sonhos e frases motivadoras são distribuídos livremente, num culto à perfeição. No entanto, a vida continua ocorrendo, no gerúndio e a nas situações corriqueiras. Nas ruas, é possível ver que as pessoas estão buscando ser felizes, talvez num sentido menos pleno e idealizado do que é postado na internet, mas será que a felicidade não é feita de bons momentos e encontros?

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A obrigação de ser feliz parece ter tomado o lugar da procura pelo que faz bem a cada sujeito de modo particular. É como se houvesse uma receita facilmente encontrada, que impõe uma maneira de se sentir todos os dias. E um dos resultados disso é o questionamento de quem não consegue alcançar o que é colocado nas entrelinhas como meta: será que eu também sou feliz?

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Nós, que somos sujeitos complexos, que vivenciamos histórias de vida diferentes e somos atravessados por inúmeras situações que nos marcam consciente e inconscientemente, ficamos na dúvida se aquilo que nos é apresentado como molde poderia nos servir também. Assim, podemos observar que a chamada “felicidade laboratorial” acaba por colocar em questão a felicidade singular de cada pessoa.

A busca pela felicidade é algo “pessoal e intransferível”, não há fórmula mágica ou receita comum que a contemple. O importante é que cada sujeito consiga, à sua maneira, construir o que esta significa para a sua própria vida.

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“A felicidade é um problema individual. Aqui nenhum conselho é válido. Cada um deve procurar, por si, tornar-se feliz.” (Sigmund Freud)

Priscylla Costa

Psicóloga – Psicanalista

Dossiê dos carboidratos (Parte II)

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Continuação do post anterior “Dossiê dos carboidratos (Parte I)”

E quanto à retenção de líquidos? O carboidrato tem o poder de reter água quando aquecido. Um bom exemplo disso é o amido. Você vai fazer uma sopa, joga alho, cebola, espinafre, tomate, água e é só juntar uma colher de amido de milho que ela começa a engrossar, o que, em bioquímica, é processo onde o amido “puxa” água pra dentro dele. No organismo, o que acontece não é muito diferente. Os carboidratos simples (açúcar e glicose, por exemplo) retém ainda mais que os complexos (amido e glicogênio). No entanto, isso não é e nunca foi motivo pra cortá-los da dieta. Beber mais água, reduzir o sódio e alimentos industrializados são maneiras melhores e bem mais eficientes para reduzir a retenção de líquidos no organismo.

A suplementação com carboidratos é um assunto um pouco mais delicado. A princípio, não é necessário, visto que existe uma extensa lista de alimentos que possuem apenas carboidratos (Diferente das proteínas, que geralmente estão acompanhadas de gorduras, por isso a suplementação pode ser bem válida). No entanto, muitas pessoas alegam falta de fome ou apetite após o treino, o que, no caso, poderia ser bem resolvido com uma suplementação.

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Por fim, uma das questões que eu mais gosto em nutrição: diabéticos e carboidratos. Muitas pessoas acreditam que os diabéticos devem se abster total ou parcialmente do nutriente, o que é um verdadeiro MITO. Diabéticos devem manter uma dieta de baixo índice glicêmico, priorizando a qualidade e não a quantidade de carboidratos. Aliás, o ideal é que a quantidade de carboidratos da dieta esteja alinhada à quantidade de insulina e/ou hipoglicemiante utilizado. Quem é portador da doença sabe o quão complexa é essa questão. Por isso, se faz tão importante o nutricionista na vida do diabético: ele vai ajustar a quantidade e, principalmente, a QUALIDADE de todo e qualquer carboidrato que entra na dieta do portador. Mais importante ainda é a comunicação entre o nutricionista e o médico que o acompanha, permitindo o alinhamento entre tratamento nutricional e farmacológico do paciente.

Mariana Contino

Nutricionista